segunda-feira, 20 de abril de 2009

.: Dia sétimo :.

María, María... (em tom de advertência) foi o que ouvi hoje ao condensar diversas histórias do passado. Condensado de lágrimas, como sempre.
Hoje fecho uma semana, e nunca falei de minha história pra ninguém..., não gostaria, visto que não ocorreu nada de extremamente emocionante comigo que deva ser relatado em tom dramático ou abissal.
Nasci de uma epifania, uma risada estrondosa e uma lágrima escondida. Minha mãe não esteve presente em meu desenvolver, cresci meio sozinha. Queria contar que cresci entre tigres selvagens que me ensinaram tudo sobre relacionar-se com o mundo... mas deixo meu tigre calado, em mansidão precisa. No mais fui sendo espelho de gritos confusos de uma personalidade que se mostra mais do que deveria, menos do que necessita, e de vez em sempre causa escândalos, abalos e outras definições impactantes de fatos catastróficos. Sou uma sombra forte, em aquarela deliciosa, sou uma cor: lilás, um cheiro de orvalho do mar, uma música do Nat King Cole e umas entradas para o cinema mudo.
Não deveria ter dito tanto, apesar de me mostrar inteira e nervosa com dedos suados, não sou o que descrevo e reescrevo por aqui. Sou bem maior, coisas de luz: acesa a luz, ela não cabe mais em lugar nenhum, nem no quarto, nem na sala... lugar nenhum.
Me quebrei neste instante. Fragmentada encerro o falar sobre o sétimo dia apenas ressaltando que detesto as coisas pela metade. Sou exagerada e imprecisa. E amo. Amo muito.

3 comentários:

  1. e no final do texto, apesar dos escombros e das cinzas, ler você dizer:

    "Sou exagerada e imprecisa. E amo. Amo muito."

    garota, este lugar realmente é uma tnt - pura!

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