terça-feira, 14 de abril de 2009

.: Dia quarto :.

Bem quarto mesmo. Ontem fui acordar para dentro com vontade de desenvolver um livro, uma história dessas com personagens e tudo. Aí me dei conta que essas histórias só ficam boas quando elas são vividas, e esses personagens são nossas personas maravilhosas que brilham todos os dias. Tenho cola nos meus dedos. Estava brincando de colar papel indagora. Sim, brincando mesmo, de bobeira maternal, feliz da vida.
Essas páginas são diários, ensaios para poesias. Esses textos são em tom sofrido, e espero, ah eu espero, que eles saiam andando por aí assim, bem por aí assim, displicentemente, como dança. Cansei dessas metáforas e comparações de leve, vou esmurrar minha cara para entrar no tal livro com sangue no olho. Quero um livro brutal. Que dilascere os sentidos. O problema é o vivido que anda pairando.
Hoje, no quarto, dia, fico assim pensando em tudo, acho que todo dia é assim, navego em possibilidades terríveis e fico quase chorando de imaginar catástrofes acontecendo comigo, fico dolorida de tiros imaginários e cansada de dançar. Às vezes eu canto pra espantar essas loucuras. Mas prefiro mudar o rumo das histórias, tipo maravilhas. Ontem naveguei na morte. De saber que tudo nos leva à solidão de uma cova, uma pira, ou o que quer que seja e que nascemos em grito poderoso e solitário. Rituais poéticos à parte, creio que nem no desespero de antigas mulheres ao se jogarem na cova com os maridos, ou de Romeu, ao se matar na morte de Julieta, nem mesmo isso pode conferir uma companhia para a morte. Não sei nem com que ciência falo dela, afinal de contas perdi poucos nessa vida, e o que sei é que vou morrer, talvez seja preparação, ou terapia.
Cansei de escrever, e estou sem rumo nessa escrita. Preciso é de poesia. Talvez beber alguma coisa e conversar sem limites com alguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário