quarta-feira, 15 de abril de 2009

.: Dia quinto :.


Hoje é quarta, o quinto dia. Estou à beira de um desmaio vonluntário. Provocado. Um desmaio para assombrar os mais insanos delírios. Um desmaio. Em outras mais palavras: acordar para dentro. Mais como acordo do que outro sentido. Mais inefável que qualquer que seja o outro sentido.
Inefável. Adoro essa palavra. Tensiono com as mãos, com os pés, com as costas, com os lábios, tensiono, pretendo livrar-me: acho que é daí que vem a palavra livro. Livro que vem de livrar-se de algo morto e sufocante. É ruim escrito assim? Pois bem, tentemos novamente: Livro que vem de livre, de se ver livre em todas as possibilidades. Ficou mais leve? Ficou mais belo? Talvez.
A imagem acima requer alguma explicação? Ótimo. Não sou eu, só uma projeção do que eu seria se minha pessoa fosse palpável, tangível... me toca? Sim. Ela me toca por demais, tem um je ne sais quoi. Adoro essa expressão francesa que resume a nada algo tão especial. Especial é uma expressão vaga, fraca, tossindo e com asma. Mas eu gosto, e daí que eu goste? Me espanta.
Hoje, no dia quinto me dei conta de que vivo em fragmentos, nessas novas filosofias mesmo, fragmentada, em inúmeros pedaços indecifráveis, em vapores, em suspiros, em tonturas e dores. Quebrada em partes que nunca irão se juntar, em partes que, quando completas, não trazem satisfação...
Vivo me questionando, verde, imatura, inconstante e me refazendo. Hoje é quarta, o quinto dia, e cinco é meu número de sorte. Voilá!

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