domingo, 20 de setembro de 2009

.: Dia vinte e dois :.

Vinte e dois dias e ainda aparento este cansaço descomunal para minha frágil compleição física. Sou uma mulher magra, mesmo que em muitos aspectos pareça enorme... Tem coisas que permanecerão estagnadas e despretenciosamente machucando minha cabeça e meu coração... a distração é minha melhor companhia, e as luzes da cidade vão respirar alto comigo, junto com a batida extrema de meu coração.
Notei um dia desses que sou frágil. Foi a morte quem me disse isso, assoprando um vento frio em meus calcanhares numa noite de quarta feira, uma rua escura e uma cidade que me destrói. Eu pude sentir aquela força sem direção me alcançar para dizer que não devo esquecê-la, que não posso encarar tamanha loucura, que não sou nada nem ninguém perto dela. Nem o amor seria assim. Invenção moderna que é.
Acho que perdi um pouco do rumo, e escrevo desastrosamente jogando meu sangue por toda parte. Nos confins de lugar nenhum. Ânsia de infinito.
Estou seriamente abalada, se é que existe um abalo não sério. Meus alicerces se comprometeram a não cair, mesmo depois de devastações tantas. Vou me levantar desta cadeira, meio tonta como estou, e vou caminhar em meio ao fogo que lá fora habita.

Depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro. C. F. A.

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