domingo, 6 de dezembro de 2009

.: Dia vinte e oito :.

Sabe, eu um dia vou me cansar disso tudo. De toda essa pressão que não é minha e não me deixa ser grande como sempre fui, esse todo que me decepa qualquer extensão, me mastiga qualquer devaneio, me faz um pedaço maldito de carne, maldito tantas vezes quantas possam ser amaldiçoadas as carnes de uma pessoa como eu. Mais ou menos assim que me maltrato. Sei de meu aleijão sentimental e nem por isso saio esmagando todos com meus abraços, nem esquecendo todos com meus olhares perdidos, nem me mostrando mais do que eu possa ser, nem nada, nem mais, nem menos, nem termo nenhum: um ponto no meio dos pontos, um paradoxo.
Sinto que ainda posso muito, e nesses metafóricos ou seja lá o que forem vinte e oito dias me desmanchei como pude, me contorci, aprendi, enfrentei, cantei muito e estive de pé, sem dormir, sem comer, sem descanso, sem espaço... a turbulência me faz fixa no solo, mas a intensidade dos fatos me faz muito perto de tudo o que acontece. Não sinto o precisar, de maneira nenhuma.
Gostaria de me perder com ternura, só isso, me perder com ternura sempre, por que se isso faltar em meu caminho sinto que estarei no caminho errado, com o tempo perdido e estraçalhado em um lençol qualquer. E eu não quero me ver assim.

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